Obesidade significa excesso de gordura no organismo. É uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir um nível capaz de prejudicar a saúde.
Por mais de 100 anos, as companhias de seguro haviam demonstrado que o excesso de peso estava associado com maior mortalidade. E também foram as seguradoras as primeiras a criar tabelas de proporção do peso para a altura. A partir dessas tabelas iniciais, médicos e cientistas começaram a tentar encontrar uma maneira mais específica de se detectar o excesso de gordura corporal tal que estivesse relacionado a risco de consequências para a saúde.
Várias proporções e cálculos matemáticos foram estudados, utilizando o peso e a altura. Foi assim que surgiu o IMC, ou Índice de Massa Corporal, calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado, que se mostrou o melhor correlacionado com a quantidade de gordura corporal. Por ser também muito simples, passou a ser o mais utilizado, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30.
Com a criação de meios de avaliação da composição corporal, foi possível obter um critério mais preciso de quantidade de gordura corporal normal ou excessiva em homens e em mulheres. A partir dessas medidas, foram estabelecidos os seguintes critérios de porcentagem de gordura corporal:
A importância dessa medida está na detecção daqueles chamados “falsos magros”, ou seja, aquelas pessoas que apresentem uma proporção inesperada de massa magra, (ou seja, músculos, ossos, água, órgãos internos) e uma proporção maior do que o normal de gordura corporal, mesmo que o IMC seja normal. É comum encontrarmos isso naquelas pessoas vítimas do “efeito sanfona”. A avaliação da composição corporal nos permite estudar o fracionamento do peso corporal e quantificar seus diferentes componentes: gordura e massa magra (osso, água e músculos), permitindo informações nutricionais mais precisas.
A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras
O número de pessoas obesas tem crescido rapidamente no mundo, tornando a doença um problema de saúde pública, sendo responsável por 2,8 milhões de mortes anuais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo uma pesquisa global publicada no ano passado no jornal “The New England Journal of Medicine”, mais de 30% da população mundial tem sobrepeso. No Brasil, existem mais de 20 milhões de indivíduos obesos. Na população adulta, 12,5% dos homens e 16,9 % das mulheres apresentam obesidade e cerca de 50% têm excesso de peso (sobrepeso).
Engana-se quem acredita que os quilos a mais são só uma questão estética, que se resolve com a dieta do momento. O culto à magreza como sinônimo de beleza, a busca incessante pelo corpo “perfeito” faz com que as pessoas discutam a obesidade sob a ótica exclusiva da estética. Estar acima do peso tornou-se uma condição depreciativa, sinônimo de preguiça, relaxo e até de descaso com a saúde. Mas o que poucas pessoas sabem é que a obesidade é uma doença causada por múltiplos fatores, com influência genética, e que precisa ser tratada com orientação médica séria e ética e, acima de tudo, de forma personalizada. Não há mágica para tratar a obesidade e menos ainda uma mesma fórmula para todos, ao contrário, cada paciente tem suas necessidades específicas de atendimento. Por isso, na hora de emagrecer, procure o especialista!